30 de janeiro de 2008

Bem-vindos ao Big Brother









Não, não começarei a comentar sobre o reality show que mais dá lucros no nosso país, de certa forma estarei me referindo, mas não sobre o programas e seus personagens confinados, mas sim da parte da vida que ultrapasse uma tela medida em polegadas, se é que me entendem.

Estamos vivendo num verdadeiro Big Brother, onde todos sabem do que passa na vida dos outros, é impressionante, às vezes isso é bom, mas na maioria se torna uma vida em função dos outros, e a tecnologia é a maior culpada de todas.
Se estamos no estacionamento de qualquer lugar tem câmeras, elevadores, corredores, salões de festas, em todos os lugares tem câmera, nas ruas das grandes cidades (breve em João Pessoa) tem câmeras, nas calçadas de casas mais abastadas idem, sem contar naqueles onde nós mesmo contribuimos, fotologs, celular, msn, skype, blogs, bobflash (e afins), orkut (e não dianta vim falar das opções de privacidade que elas não resultam em nada, sempre tem um programa na net pra ver suas fotos, videos, scraps, depoimentos “bloqueados”), enfim somos vigiados 24 horas do dia, acho que o momento mais tranquilo que você têm é quando está dormindo sozinha no seu quarto com tudo fechado, pronto ai ninguem tá te vendo, por enquanto hein?

Eu mesma tenho quase todos esses aparatos que nos deixam tolhidos, e às vezes tenho vontade de deletar TUDO, mas e adianta? Estarei colaborando com aquele ciclo de estarmos cada vez mais nos fechando.

A tecnologia traz coisas absurdamente fantástica, mas percebo que a cada dia que passa a nossa liberdadr está ficando ainda mais tolhida. Vivemos num Big Brother real, onde todos nos vêem, e muitos disfarçam a sua real face. Sejamos sinceros, você já viu alguém feio numa foto de perfil do orkut?? Porque eu ainda tô pra ver. Já viu alguém antipático? Tá, esse eu já vi, mas as vezes se mostram assim para aparecer, ihhhh… isso não está te lembrando algo?
Salve, salve confinados.

2 comentários:

Unknown disse...

Então (apaulistanei agora, num foi?). O brasileiro adora se exibir: no Orkut, no Fotolog, até dando tchauzinho pra câmera de segurança do supermercado. Essa nossa cultura da imagem, somada ao nosso medo da insegurança, fornece o cenário perfeito para esse "Big Brother" da vida real.

Algumas vezes, confesso, me sinto um pouco incomodada com a falta de privacidade, mas o bom da parte "exibição que escolhemos" é que mostramos o que queremos, podemos ser quem nós quisermos, ou até ser nós mesmos - é uma escolha particular.

E quanto às ótimas fotos dos perfis, minha opinião é que antes o Photoshop do que a sala de cirurgia! Enquanto a busca pela boa aparência terminar na tela do computador, tá ótimo.

Mas enfim, eu gostei da reflexão do texto. Não me incomodo muito com essa realidade porque já nasci inserida nela - na verdade, todos nós, né? Ih, será que estou alienada?

Guide disse...

Rafichia não se preocupe em ser vigiada, em menor ou maior escala, todos somos vigiados, seja pelo vizinho, ou por um cara lá do afeganistão que viu o seu perfil do orkut. É o social do ser humano, tá na nossa natureza essa interação e vontade de saber o que o outro faz, observar seu comportamento seja por motivos altamente embasado ou pela simples e véia curiosidade. Afinal até as religiões, se voce observar, já remontam um sistema BBG (Big Brother God), dizem que Deus nos observa, nos dá livre arbitrio para fazermos o que quisermos, e dependendo de nossas ações quando chegar o dia da eliminação, ganhamos o paraíso ou somos jogados no inferno.É a vida dos mortais. Sendo assim quem originou o BB foi Deus que na verdade é o grande Brother aí rsrsrsrsrsr, viagens a parte, mas com algum sentido...eu acho :P Creio que a tecnologia nos aproxima e nos afasta ao mesmo tempo, são os prós e contras da nossa época, mas como tudo na vida pra ser saudável tem que ser usado com equilibrio assim utilizar todas as possibilidades de comunicação e exposição pode ser util e bacana, tudo sempre dependendo de como é usado.

OBS: Chris você não é alienada, nem de longe, pelo simples fato de que você tem consciencia do sistema q te envolve. Você reflete sobre ele, mesmo optando se agregar de forma a concordar ou discordar, voce tem a noção de como ele age e isso já te caracteriza suficientemente responsável pelos seus próprios atos. Gostar do sistema (ou uma parte dele)não te faz alienada, caracteriza apenas sua escolha.

Aliás é bom frisar: tb adoro todas as possibilidades de comunicação e interação. É isso aê XD